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domingo, 15 de janeiro de 2012

Federação Anarquista Ibérica

A Federação Anarquista Ibérica (FAI) é uma organização fundada em 25 de Julho de1927 em Saler, Valencia, pela União Anarquista Portuguesa e a Federación Nacional de Grupos Anarquistas de Espanha, respeitando o acordo do congresso da Federação de Grupos Anarquistas de Língua Espanhola realizado em Marselha, França de 13 a 16 de Maio de 1926, com representação da União Anarquista Portuguesa E da Confederação Geral do Trabalho. O comitá de relações que estava para se establecer em Portugal nunca pode se fixar neste país devido às condições de repressão tendo-se criado em Sevilha. Francisco Quintal foi o delegado português enviado à conferência de Valência, e em Dezembro de 1932 foi preso com Correia de Sousa e mais dois companheiros sob a acusação de pertencerem ao «comité» FAI em Portugal.
Desde sua fundação até o advento da ditadura franquista desempenhou um papel importante no movimento operário espanhol, sobretudo através da chamada união com a Confederação Nacional do Trabalho, ou seja, da presença de elementos faístas na organização anarcossindicalista. A intenção era de que o sindicato não se distanciasse dos valores anarquistas. Assim, nos anos 1930 o setor faísta da CNT se opôs ao chamado trintismo, uma facção mais moderada que pregava não ser possível uma revolução social sem que houvesse uma fase anterior de preparação. Essa facção foi também favorável ao enquadramento das atividades sindicais no arcabouço de leis republicano, mas foi vencida nos congressos sindicais pela facçãofaísta.
Sua organização esteve baseada em grupos pequenos de ativistas autônomos. A FAI permaneceu como uma organização secreta, inclusive depois do reconhecimento de sua existência dois anos depois de sua formação. Sua natureza subreptícia torna difícil julgar a extensão numérica de seus membros. Se estima que os membros da FAI logo antes da Revolução girava em torno de 5.000 e 30.000. A quantidade de membros aumentou drasticamente durante os primeiros meses da Guerra Civil Espanhola.
A FAI não foi idealmente libertária, sendo dominada por militantes carismáticos tais como Joan García Oliver e Buenaventura Durruti. Entretanto, também não era autoritária em seus reais métodos; havia liberdade de dissenção entre seus membros. Na verdade, a organização total da FAI era muito relaxada, em oposição ao que significava o modelo da "Aliança" de Bakunin.
A FAI foi militarmente revolucionária, com ações que incluíam roubos de bancos para a aquisição de fundos, e a organização de greves gerais, mas em outros momentos também soube ser oportunista. Apoiou esforços moderados contra a ditadura de Rivera, e em 1936 contribuiu para a eleição da Frente Popular. Durante a época em que as organizações anarquistas começaram a cooperar com o governo republicano, a FAI foi se convertendo essencialmente em um partido político de fato, e o modelo dos pequenos grupos de ativistas autônomos foi desfeito, não sem controvérsia.
A FAI edita um periódico mensal chamado Tierra y Libertad (Terra e Liberdade).

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