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domingo, 29 de janeiro de 2012

Anarco sindicalismo e a luta antifacista no Brasil

O anarco-sindicalismo é fruto da organização das classes oprimidas e exploradas, no fim do século XIX. No seio da 1ª Associação Internacional dos Trabalhadores, os antiautoritários/libertários desenvolvem conceitos chaves para o anarquismo e em sua forma sindicalista. Com a revolução industrial, se acentua a guerra de classe. De 1750 até agora, cada geração imprimiu e criou formas de luta, tanto de resistência como de repressão visando manter ou alterar a situação.
No Brasil, com o fluxo migratório, substituindo a mão de obra escrava ( fica a pergunta por que não foi usada essa mão-de-obra que já estava aqui e foram trazer mais trabalhadores da Europa?). A maior parte desses imigrantes já tinham experiência de luta e resistência obreira e as aplicaram para construir organizações trabalhadoras para defenderem sua existência e barrar a exploração sem peias do patronato.
Em 1906 a Confederação Operária Brasileira foi criada. Em menos de 15 anos já tinha estrutura o bastante para segurar greves gerais como a 1917 e 1919. O período é marcado por uma grande perseguição aos sindicalistas revolucionários, anarquistas em quase sua totalidade. Havia deportações, torturas, campos de concentração, assassinatos contra a classe trabalhadora. Seu patrimônio era constantemente saqueado pelo Estado através da polícia. Inúmeros imoveis, bens do movimento dos trabalhadores foram confiscados e tornados repartições publicas ou mesmo vendidas para se tornarem espaços comerciais. Essas perseguições têm seu ápice com a imposição da CLT em 1943, que sela um período de luta anarco-sindicalista, mas não o cala de todo. A CLT é baseada nos princípios fascistas e pretende controlar os trabalhadores de forma total.
As primeiras lutas contra o fascismo no Brasil já tinham começado ao resistirem ao autoritarismo dos governos da oligarquia café-com-leite, altamente repressores. A versão brasileira totalitária no Brasil foi representada pelo Integralismo. As características como de qualquer proposta totalitária é o corporativismo e o controle máximo da sociedade, por grupos pretensamente sabedores do que estão fazendo.
Um exemplo de luta antifascista no Brasil foi a Batalha da praça da Sé, 07 de outubro de 1934, quando uma passeata integralista foi dissolvida a bala por um movimento antifascista, na sua maioria anarquistas vinculados a FOSP (ainda neste período, a FOSP mantinha 80 sindicatos sem vínculos ao Estado, embora a repressão enorme).
O Fascismo
É um conceito totalitário gerado por Mussolini. A palavra vem do fascio: machado cercado de varas que corresponde ao poder do Estado e a unidade do povo. As características:
-Propaganda: extensiva (lavagem cerebral, manipuladora e enganadora);
-Censura: extermínio sistemático da oposição;
-Corporativismo: fragmentação dos ramos de profissão e a reordenação para controle econômico;
-Centralização: através de ideias de um Estado forte, concentra e controla a sociedade em torno da “nação”, nacionalismo acentuado, xenofobia (medo do estrangeiro).

Foi criado como grupo paramilitar para contrapor as organizações que agitam greves, paralisações e ações revolucionárias contra o capital.

No fascismo, o Estado é superior a sociedade e a ele devem obediência, veneração. Por isso a importância de culto a um líder carismático. Em resumo o fascismo é baseado no totalitarismo e se segue as características: nacionalismo, militarismo e expansionismo.

Tudo isso somado cria uma intolerância e um estado psíquico arrogante, prepotente que leva a ações extremadas, violentas contra qualquer um que se oponha, critique ou se comporte diferente do rebanho, da totalização reinante, é o fascismo comportamental que é usado de forma generalizada atualmente ao atribuirmos como adjetivo “fascista” as atitudes repressoras, ignorantes e violentas de alguém.

No Brasil, as ideias de Mussolini e Hitler foram a ceitas pela elite e por seus dirigentes. Os impactos mais marcantes foram a carta constitucional de 1937 que vinculou a formação de sindicatos a uma aprovação do Estado e a aprovação da CLT em 1943, de moldes na Carta d´Lavoro fascista. Juntas formam a mordaça fascista no país que dura até hoje. Muito atribuem a certa “liberalização” na carta de 1988, mas para o sindicalismo revolucionário, ela manteve a essência corporativa, fascista que está consolidada no meio do trabalho, que sofreu poucas alterações. O sistema sindical oficial é tripartite, é corporativo, é burocrático onde a principal luta é feita por advogados e não pelos trabalhadores. Os resultados são efêmeros se compararmos com as ações anarco-sindicais do inicio do século que conseguiram estabelecer várias garantias através da luta direta e eram sindicatos livres sem interferência do Estado e nem dos partidos políticos.

Temos 77 anos de fascismo sindical, que precisa ser questionado e rompido através de um movimento sindical legitimo revolucionário que atualmente é defendido apenas pela Confederação Operária Brasileira, que se inspira nos exemplos de luta e determinação dos fundadores de 1906. Associada a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) seguimos os seus princípios.

Atualmente há núcleos nos estados de Minas Gerais, Sergipe, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Piauí, Espirito Santo e Amazonas na construção do comunismo libertário através de práticas anarquistas.

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