Chega de pacifismo!

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Anarcocapitalismo


libertarismo anarquista, ou anarquismo de propriedade privada ou ainda anarquismo de livre mercado, é uma versão radical do liberalismo clássico e anarquismo individualista.[2][3][4][5][6] Tem como postulado que as formas de governo, principalmente as concepções estatais, são prejudiciais e desnecessárias, especialmente instituições estatais relacionadas a funções jurídicas e de segurança.[3]
Em assuntos econômicos, o anarcocapitalismo defende o capitalismo como a forma de organização mais eficiente e rejeita qualquer tipo de controle governamental, impostos ou regulamentos. Considera que a segurança e a justiça são serviços como quaisquer outros, e que um mercado competitivo pode fornecer esses serviços muito melhor do que um governo monopolista.[7]
Os defensores do anarcocapitalismo concebem a sua filosofia política enquanto parte da tradição anarquista, no entanto, diferente de outras vertentes anarquistas (socialistas), e na perspectiva de muitas destas, os anarcocapitalistas negam as possíveis formas de dominação existentes no capitalismo e no chamado "Livre Mercado".
Anarcocapitalismo como parte da tradição liberalO anarcocapitalismo é uma variedade do liberalismo e, portanto, nada tem a ver com qualquer forma de anarquismo. Os anarcocapitalistas consideram que o anarcocapitalismo é uma versão antiestatal do liberalismo e não uma versão capitalista do anarquismo. Consideram os liberais não-anarquistas como amigos que cometem o erro menor (mas significativo) de aceitar uma forma de governo, mas consideram os anarquistas de esquerda como perigosos coletivistas com os quais têm muito poucas coisas em comum.
Como parte da tradição liberal, o anarcocapitalismo baseia-se nas noções de liberdade individual e na lei natural. Os intelectuais liberais têm, desde o início, estudado a dinâmica do desenvolvimento da ordem nas sociedades, fenômeno que foi associado recentemente à cibernética. Esta tradição remonta a John Locke, aos 'Levellers' ingleses do século XVII, aos primeiros economistas e filósofos franceses e ingleses; há mesmo quem incluaCicero e Aristóteles entre os primeiros liberais (embora não entre os anarquistas).
O repúdio ao centralismo estatal é uma parte essencial da tradição liberal - talvez a sua parte característica - mas, ou por pessimismo em relação à inevitabilidade do governo, ou por falta de fundamentos teóricos ou por medo de repressão e censura por parte do governo, a questão do anarcocapitalismo não foi explícita e abertamente discutida até o século XIX. Todos os liberais acreditam na tese 'o setor governamental deve ser tão pequeno quanto possível"; os anarcocapitalistas acreditam que os governos devem ser eliminados e os minarquistas acreditam e aceitam que um setor governamental mínimo é aceitável e desejável, em especial na aplicação da lei e da justiça. Alguns liberais clássicos, como Ayn Rand, opuseram-se veementemente ao anarcocapitalismo. Provavelmente, a maior parte dos pensadores liberais nunca pôs em causa os governos, considerando-os inevitáveis, se não em teoria, pelo menos na prática, e, num futuro próximo - para estes pensadores, o anarquismo, bom ou mau, não passa de um sonho, ou de um pesadelo.
O primeiro pensador liberal que desenvolveu uma teoria completa do anarquismo foi Gustave de Molinari em 1849, embora alguns liberais ingleses e americanos já tivessem proposto o anarquismo sem o teorizar, e alguns economistas franceses já o tivessem teorizado sem o propor como tal. Havia uma grande tradição liberal em França e nos Estados Unidos depois de Gustave de Molinari, mas o anarquismo nunca atraiu uma larga audiência - mesmo assim ainda podemos citar alguns nomes importantes: Henry David ThoreauAuberon HerbertEmile FaguetLysander Spooner e Benjamin Tucker.
Só nos anos 1950 do século XX é que o anarcocapitalismo floresceu, principalmente graças a Murray Rothbard, quando pensadores clássicos austríacos fugidos ao nazismo começaram a ensinar nos EUA, surgindo uma nova geração de pensadores que resultou da fusão das escolas europeia e americana.
Entre os anarco capitalistas proeminentes estão: David FriedmanJan NarvesonAnthony de JasayGary GreenbergBrian GiovanniniWalter Block e Hans-Hermann Hoppe.
Anarcocapitalismo em relação à tradição Anarcoindividualista
Os anarcocapitalistas estão convencidos que o estado é fundamentalmente mau, e que os indivíduos devem ser livres de todas as formas de coerção coletiva. No entanto, de um ponto de vista econômico se distanciam da maior parte dos anarcoindividualistas que refutam o capitalismo como uma forma de produção e dominação tão opressora quanto o estado.[9]
Diferentes grupos anarquistas se posicionam de forma diversa frente aos possíveis vínculos existentes entre o anarquismo individualista e o anarcocapitalismo. Enquanto os próprios anarcocapitalistas consideram-se uma vertente desta tradição anarcoindividualista[10], outros grupos e vertentes anarquistas, incluindo diversos anarco-individualistas, questionam fortemente a validade desta relação e herança.[11]
Grande parte dos movimentos e vertentes anarquistas (e não só aquelas identificadas à chamada esquerda) considera que o anarcoindividualismo é essencialmente anticapitalista e rejeita a idéia dos anarcocapitalistas de que o anarcocapitalismo pertença à qualquer tradição anarquista. Em alguns meios libertários o anarcocapitalismo é mesmo considerado uma distorção estratégica de alguns setores do capitalismo globalizado cujo intuito é reduzir a influência dos estados sobre o mercado, abolir os direitos trabalhistas e avançar com as políticas de privatização e mercantilização do mundo.[12]
Utilitarismo versus Lei Natural
Os libertários em geral, e os anarcocapitalistas em particular, desenvolveram duas abordagens diferentes às suas teorias: uma abordagem utilitarista, e uma abordagem do ponto de vista da lei natural. Alguns deles defendem uma abordagem e rejeitam a outra; outros, como Bastiat, reivindicam uma harmonia entre as duas abordagens complementares.
A abordagem do ponto de vista da lei natural (veja por exemplo Murray Rothbard e seu livro Power and market) defende que a existência do estado é imoral, e que o capitalismo ilimitado é o único sistema político ético, ou antes um sistema antipolítico. A abordagem utilitarista (veja por exemplo David Friedman) defende que a abolição do estado a favor da iniciativa privada é economicamente mais eficiente. Os defensores da harmonia entre a abordagem do ponto de vista da lei natural e a abordagem utilitaristas consideram estes argumentos equivalentes.
A noção dos direitos de propriedade é um elemento fundamental do anarcocapitalismo. A abordagem do ponto de vista da lei natural, defende que os seres humanos têm o direito natural ao seu próprio corpo e ao resultado de seu trabalho; e que eles podem usá-lo ou recusarem-se a usá-lo como lhes aprouver, desde que não atentando contra a propriedade de um outro indivíduo. A abordagem utilitarista defende que definir os direitos de propriedade desta maneira, é a forma mais eficiente de impedir conflitos destrutivos entre indivíduos e promover esforços produtivos. Na verdade, a posse do corpo de cada um, em conjunto com o respeito às reivindicações anteriores, conferem naturalmente a posse dos resultados do trabalho de cada um uma vez que, alguém que possui seu próprio corpo, pode interromper o trabalho se lhe for recusada a propriedade de seus resultados.
O anarcocapitalismo rejeita qualquer tipo "de direito positivo" (como o "direito a ser protegido pelos outros", o "direito a ser alimentado pelos outros", o "direito a um salário mínimo pago pelos outros"), e defende todos os tipos" de direitos negativos, como o "direito a não ser atacado", o "direito a não ser roubado", e o "direito a não ter o salário confiscado pelos outros"). Difere do minarquismo apenas na noção de que o direito à segurança é também um direito positivo que deve ser rejeitado. Este é um bem que não deve ser fornecido pelo estado. A segurança deve ser garantida por cada um em livre associação com os outros membros da sociedade.
Anarcocapitalismo, Multinacionais e Contratos
Os anarcocapitalistas acreditam que os negócios privados, resultantes de contratos voluntários, são a melhor forma de organização económica (quer do ponto de vista moral, quer do ponto de vista da eficiência), mas não apoiam a forma como os estados actualmente protegem as grandes empresas. Em particular, os anarcocapitalistas consideram que a responsabilidade limitada atribuída às empresas prejudicam todos aqueles que são impedidos de processar os seus proprietários por danos ou dívidas. Segundo eles, outros privilégios ilegítimos incluem vários subsídios e regulamentos para 'trabalhadores' e 'empregadores' oficiais , proteção particular dada aos contratos oficiais de trabalho em detrimento dos contratos privados, etc..
Para os anarcocapitalistas, os contratos e, em particular, os contratos de trabalho, são um caso particular de troca livre e voluntária de propriedade (propriedade do tempo e do trabalho de cada um, dos bens de consumo e de capital de cada um, etc.). Os indivíduos podem fazer o que entenderem com a sua propriedade, para se protegerem de contratos indesejáveis; mas não podem esperar a proteção do estado: o mero facto de dois (ou mais) indivíduos terem concordado com um contrato, não significa que toda a sociedade seja obrigada a zelar pelo cumprimento do contrato nem que seja obrigada a proteger as partes dos acidentes da vida e da interferência de terceiros.
Em geral, os anarcocapitalistas recusam reconhecer a qualquer um a autoridade para declarar o que é 'oficial' e o que é "não oficial' - qualquer um pode declarar qualquer coisa "oficial" para si. E cada um é livre para valorar, ou não, àquilo que outros indivíduos declarem "oficial". Desta forma, os contratos "oficiais" de casamento, emprego ou de negócios não merecem, à luz do anarcocapitalismo, nenhum valor especial - embora os contratos mais comuns e mais antigos possam beneficiar da jurisprudência acumulada que os menos comuns e mais recentes.
]Argumentos contra e a favor do Anarcocapitalismo
Como o anarcocapitalismo é uma versão radical do libertarianismo, aplicam-se-lhe os mesmo argumentos válidos para o libertarianismo e o capitalismo. Exceptuam-se os argumentos relacionados com o sistema de justiça, em relação aos quais o anarcocapitalismo se distingue das outras ideologias baseadas no liberalismo clássico.
Um erro comum sobre o libertarianismo em geral e o anarcocapitalismo em particular, consiste em considerá-los teorias econômicas ou políticas. Não são. São teorias da Lei - sobre o que é ou não legítimo fazer. Isto em particular desmonta as afirmações simplistas segundo as quais, a sociedade atual ou qualquer outra sociedade já é libertária, desde que todos sejam livres para obedecer ou desobedecer e escolher continuar obedecendo as regras do sistema: De fato, os libertários têm uma teoria da lei natural e, enquanto uma lei verdadeira não suplante a lei natural, a sociedade não é libertária. Particularmente deveria ser respeitado o direito de qualquer um de afastar-se de um governo que ele considere inadequado (vide secessão urbana). Caso contrário, então não cooperação é moralmente justificável (veja desobediência civil).
Portanto, por exemplo, considerando argumentos morais ou utilitaristas, os libertários não se opõem a monopólios de facto (companhias que conseguiram tornar-se no único fornecedor de um determinado serviço), mas opõem-se a monopólios de jure (companhias cujo monopólio seja garantido por lei e cujos competidores sejam perseguidos pela força pública). Para os libertários, monopólios ou quase monopólios de facto podem existir, mas de forma transitória, devido a alguma inovação técnica ou organizacional recente que ainda não tenha sido copiada pelos competidores; teoricamente, esses monopólios não têm o poder de abusar, porque os seus consumidores podem sempre parar de lhes comprar os produtos e passar a ser fornecidos pelos competidores, que irão subir da pobreza à afluência no instante em que o monopolista começar a fazer exigências "excessivas". O lema dos libertários em geral, e dos anarcocapitalistas em particular, é "votar com os próprios pés e os próprios dólares" em vez de "votar com a própria voz e os dólares de todos os outros" - escolha individual em vez de escolha colectiva. Aplicando este raciocínio à protecção dos direitos de propriedade individual, os anarcocapitalistas não temem monopólios ou oligopólios locais no mercado da justiça, desde que sejam respeitados os direitos individuais de seceder e escolher por si mesmo a agência de defesa ou arrancar com uma nova.
Para certas correntes anarquistas, os anarcocapitalistas não respeitam os princípios anarquistas, sendo apenas uma releitura do Liberalismo, ou uma outra denominação, pois não prima pelasolidariedade e vida em comunidade (sendo estes os principais pontos destas correntes anarquistas) já que defendem a desigualdade de acesso aos recursos de produção. Em suma, é uma versão do capitalismo e do seu desenvolvimento histórico, não contribuindo rumo a uma sociedade mais justa para todos. Para essas correntes anarquistas a existência do capitalismo é algo a ser superado, o que confronta os ideais dos anarcocapitalistas, apesar de ambos verem o Estado como elemento desnecessário.
Lista de anarcocapitalistas

terça-feira, 19 de março de 2013

Anarco Sindicalismo no Brasil


No Brasil, tal como em muitos outros países, existe uma longa história de luta social que antecede o nascimento do capitalismo e a conseqüente formação da classe operária, a criadora da prática organizativa que conhecemos por sindicalismo.
No passado outras classes, grupos sociais e étnicos mantiveram uma luta de resistência contra a exploração e a dominação a que estavam sujeitos. Nessas lutas já estava presente o problema da autonomia e das estratégias a opor as classes dominantes, apesar de que só o mundo moderno viria a desenvolver uma cultura onde indivíduos e classes são reconhecidos como principais atores sociais.
Se for certo que algumas dessas contradições e conflitos sociais já se manifestavam na época pré-moderma, na América foi a chegada do homem branco, com sua cultura e instituições trazidas da Europa, que introduziu formas de organização econômica e social, que iriam gerar os crescentes conflitos sociais e de classes que se foram agravando na transição do capitalismo mercantil para o capitalismo industrial.
A chegada dos portugueses ao Brasil, abriu entre nós esse ciclo de formação de uma economia colonial ao serviço das metrópoles mercantis, seja de Portugal, de Espanha ou mais tarde da Inglaterra. Uma economia baseada inicialmente no escambo, mas logo organizada em torno dos latifúndios do açúcar e do café, que se somaria à exploração mineral de ouro e diamantes. Uma produção calçada na mão de obra escrava, índia e negra, dando a essa dominação e exploração, também um caráter étnico.
A industrialização brasileira ocorreria de forma lenta e precária, quer pela situação periférica do país, quer pela absoluta sujeição da sua economia aos interesses exteriores. As poucas oficinas e manufaturas existentes não chegavam sequer a suprir as necessidades do pequeno mercado interno, vindo a quase totalidade dos produtos da metrópole.
Esta situação só começou a sofrer as primeiras alterações com a vinda do rei D. João VI para o Rio de Janeiro em 1808, acompanhado de uma parte substancial da nobreza e burocracia portuguesas, em fuga dos exércitos napoleônicos que haviam invadido Portugal. A presença desta elite nobre impunha a criação de toda uma estrutura administrativa, comercial e produtiva capaz de satisfazer, pelo menos em parte, suas necessidades.
Multiplicaram-se, então, as oficinas e manufaturas, desenvolveu-se o comércio, surgindo a própria imprensa, que teria um importante papel na difusão primeiro das idéias liberais e, mais tarde, socialistas. No entanto, essas transformações não chegaram a criar uma dinâmica econômica mais vasta que apontasse a auto-suficiência, já que o Brasil, tal como Portugal, estava sujeito às imposições imperiais Inglesas que barravam o desenvolvimento comercial e industrial autônomo.
No século XIX, o Brasil viu nascer às primeiras indústrias metalúrgicas e manufatureiras, como a fabrica de ferro de Sorocaba (1801), a fabrica de armas de Minas (1811), a indústria Mauá, em Niterói (1845). Em 1850 havia já cerca de 50 indústrias, entre fábricas de tecidos, alimentação, metalurgia e produtos químicos.
Esta vagarosa industrialização estendeu-se por todo o século XIX e só se começou a acelerar já nas primeiras décadas do nosso século. A independência política do Brasil em 1822, o fim do tráfico de escravos em 1850, e abolição da escravatura em 1888, junto com a acumulação gerada pela cafeicultura iriam possibilitar a lenta e gradual modernização da sociedade brasileira, que transformaria a sociedade rural e escravocrata em uma sociedade urbana industrial.
É neste processo que se vai formando a classe operária brasileira, que nasce associada à libertação dos escravos que constituíam já uma parte da mão-de-obra dos estabelecimentos comerciais e das manufaturas, a que se somaram milhões de imigrantes europeus, na sua maioria italianos, espanhóis e portugueses, além de contingentes menores de alemães, russos, suíços e de outras nacionalidades.
Esses imigrantes teriam uma importância determinante na introdução das idéias socialistas no Brasil e na criação das primeiras associações de classe, já que muitos deles eram experimentados militantes que tinham participado da agitação social em seus países de origem e aqui chegavam fugindo da perseguição política ou da miséria que na Europa ameaçavam os trabalhadores, principalmente aqueles que tivessem participação ativa nas lutas sociais.
Qualquer análise do movimento operário entre 1890 e 1935 terá de concluir que em condições particularmente difíceis, de violenta repressão e com uma classe operária numericamente fraca e inexperiente, conseguiram os trabalhadores anarco-sindicalistas criar e desenvolver as organizações de resistência; travar duras lutas pata impor direitos básicos como a liberdade de expressão e organização dos trabalhadores, conseguindo vitórias expressivas no campo econômico, como aumentos salariais, redução do horário de trabalho, maior segurança, limitação do trabalho infantil, etc. Lutas que se estenderam à carestia de vida, aumento de aluguéis, falsificação dos gêneros alimentícios, contra o trabalho infantil, a favor de salários iguais para homens e mulheres e pela construção de creches. Estas lutas custaram a muitos desses trabalhadores a prisão, deportação e, até, a morte. Este sindicalismo revolucionário, que se pautava pela auto-organização e autonomia, aplicou uma estratégia de ação direta coletiva, impedindo a constituição de burocracias sindicais e a sujeição das lutas operárias a qualquer interesse exterior aos trabalhadores.
Os sindicatos anarco-sindicalistas desenvolveram também a propaganda anti-militarista e a favor da paz, promoveram escolas livres nos sindicatos, organizaram debates sistemáticos sobre temas como livre-pensamento, esperanto, alimentação vegetariana, combate ao alcoolismo, a situação da mulher, além de outros sobre temas científicos e literários. Realizaram festivais de solidariedade e representações de teatro social, criaram centros de cultura , onde os trabalhadores podiam confraternizar e se cultivar. Envolveram-se em campanhas internacionais de solidariedade com a Revolução Mexicana, Russa e Espanhola, contra o assassinato de Ferrer e de Sacco e Vanzetti, entre muitas outras demonstrações de solidariedade e internacionalismo.
O sindicalismo brasileiro desta época foi a materialização mais expressiva na nossa sociedade da criação duma prática autônoma pelos trabalhadores, e de construção duma cultura social alternativa no mundo operário, que afirmava acima de tudo os valores que faziam os trabalhadores se contrapor ao capitalismo: a liberdade, a igualdade e a solidariedade fundamentais para um socialismo que se queria libertário.
Apesar disso o anarco-sindicalismo também expressou limitações, umas resultantes das condições econômicas e sociais do Brasil na época; outras da sua incapacidade de contornar as dificuldades de penetrar nas regiões interiores do pais, influenciar o campesinato e compreender algumas das especificidades da sociedade brasileira, entre os as quais o fator étnico que sujeitava os trabalhadores negros a uma maior exploração e dominação. Mas a mais expressiva fraqueza desse movimento no Brasil - embora compreensível pelo tamanho do pais e a conseqüente dificuldade de comunicação -, ao contrário do que ocorreu em outros países, foi a impossibilidade de manter de forma acontinua uma associação e coordenação confederal, que potencializasse a força coletiva do movimento sindical brasileiro.
Poderíamos, no entanto, dizer sobre a derrota nos anos 30 do anarco-sindicalismo que ele falhou muito mais pelos desejos das classes dominantes do que por sua falta de projeto social organizativo.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

Algumas Doutrinas Partidárias



Fascismo é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (19221943 e 19431945). A palavra "fascismo" deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão "camisas negras", em virtude do uniforme que utilizavam.
O fascismo é uma corrente prática da política que ocorreu na Itália, opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias. Surgiu no período entre guerras, e abriu caminhos para o surgimento de diversos outros movimentos e regimes de extrema direita.
A palavra fascismo com o tempo foi associada a qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta os homens e usa modernas técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e em alguns casos até na xenofobia, privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando uma certa apatia ou indiferença para com os imigrantes.
Benito Mussolini, professor primário e mais tarde jornalista, fundou o Partido Nacional Fascista, originário de um movimento paramilitar que ele mesmo criara para combater as agitações e as greves organizadas por outros socialistas e movimentos de esquerda. O Fascio di Combatimento, ou Esquadra de Combate, que deu origem ao fascismo, buscou seu nome na expressão fascio, que significa feixe de varas. O feixe de varas, simbolizando união e força, vem do latim fesce, um feixe de varas que, junto com uma machadinha, era levado pelo litor, uma espécie de oficial de justiça que, na Roma Antiga, seguia os magistrados para executar as decisões da justiça, com poderes para coagir, incluindo a aplicação de castigos físicos.
O fascismo italiano assumiu que a natureza do Estado é superior à soma dos indivíduos que o compõem e que eles existem para o Estado, em vez de o Estado existir para os servir. Todos os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado.
O fascismo tinha como principais características: o totalitarismo, a liderança carismática, o corporativismo, o nacionalismo, o militarismo, o expansionismo e o companheirismo entre os fascistas.
No totalitarismo, as liberdades do indivíduo eram suprimidas e o povo era subordinado ao poder sem limites do Estado. Na liderança carismática, os fascistas demonstravam muita importância à personalidade. O corporativismo substituía os órgãos representativos como sindicatos, pelos corporativos, comandados por representantes dos empresários, dos trabalhadores e reuniam-se para dirigir e planejar a economia. O nacionalismo afirmava que a nação era a forma suprema de desenvolver as comunidades humanas. O militarismo tinha na guerra um tipo de seleção dos mais fortes e capazes e um instrumento de fortalecimento e e regeneração dos povos. O expansionismo tinha como ideia principal a conquista territorial e o domínio de outros povos ditos "inferiores".

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Um traço característico do fascismo foi o corporativismo de Estado, realizado através de um partido único e de sindicatos nacionais subordinados ao Estado. No seu modelo corporativista de gestão totalitária, as várias funções do Estado podiam ser desempenhadas por entidades particulares, sem que fossem nacionalizadas, mas cabia ao Estado planejar e inspecionar a sua ação. A atividade privada era deste modo empregue pelo Estado, o qual podia decidir suspender a suas atividades se não atuasse de acordo com as instruções e os planos superiormente estabelecidos. É o Estado quem define a utilidade e a direção de todas as atividades da Nação, seja no campo político, económico, social ou cultural.
O fascismo surgiu em tempo de crise, nas dificuldades económicas e sociais do primeiro pós-guerra, e na grande depressãodos anos 1930, quando as elites políticas se mostravam incapazes de integrar as massas através da fórmula democrática parlamentar ou quando existia um crescimento socialista ou comunista paralelo assustando as classes médias.
A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O fascismo também encontrou sucesso nas áreas rurais, especialmente entre agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações que se reivindicam das classes trabalhadoras - partidos operários e sindicatos.
O líder fascista foi em regra um ator exagerado, procurando seduzir as massas populares para o seu papel messiânico.


Partido Liberal

O liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.[1]
Apesar de diversas culturas e épocas apresentarem indícios das ideias liberais, o liberalismo definitivamente ganhou expressão moderna com os escritos de John Locke (1632 - 1704) e Adam Smith (1723-1790). Seus principais conceitos incluem individualismo metodológico e jurídico, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, direitos fundamentais, estado de direito, governo limitado, ordem espontânea, propriedade privada, e livre mercado.[2]


Partido democrata-cristão

O Partido Democrata Cristão (PDC) foi fundado em São Paulo por Antônio Cesarino Júnior em 9 de julho de 1945. Teve expressão eleitoral média e filiados ilustres como Queirós Filho, André Franco Montoro, Plínio de Arruda Sampaio e o ex-presidente Jânio Quadros, tendo sido extinto pelo Regime Militar de 1964, por meio do Ato Institucional Número Dois - o AI-2, de 27 de outubro de 1965.


Partido conservador

O Partido Conservador e Unionista (em inglês: Conservative and Unionist Party), comumente conhecido como Partido Conservador (Conservative Party) é um partido político conservador do Reino Unido. Data, em sua forma atual, do início do século XIX, e historicamente tem sido o principal partido da direita naquele país, embora na atualidade tanto o partido quanto seus eleitores sejam mais associados com o centro-direita.


Partido nazista

Segundo o Dicionário de Política: "O sistema totalitário com um partido único e com um único líder foi definitivamente implantado no verão de 1934, quando Hitler, através de expurgos sangrentos dentro do partido (e das organizações militares do partido, as SA), conseguiu o apoio total do exército e se nomeou, após a morte do presidente Hindenburg, chefe do Estado, chanceler, líder do partido e da nação, ditador único da Alemanha." (BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO, 1998, p. 811)
Segundo o Dicionário de Política de BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO (1998, p. 1061), o racismo, no Nazismo alcança um patamar nunca alcançado na história, torna-se uma Política de Estado para eliminar outros povos considerados biologicamente inferiores. Isto porque Hitler: "julga que só a raça ariana é "depositária do progresso da civilização" e, portanto, como um povo de senhores, tem de conquistar e submeter as raças inferiores." (idem, p. 1061)
O Nazismo consistia assim em um movimento que defendia a superioridade da raça ariana e a doutrina do "espaço vital" nacional necessário aos alemães (BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO, 1998, p. 808), um espaço territorial mínimo, que, para um povo desta grandeza, siginificava controlar toda a Europa.


Partido socialista

 refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica advogando a propriedade pública ou coletiva e administração dos meios de produção e distribuição de bens e de uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades/meios para todos os indivíduos com um método mais igualitário de compensação[1]. O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe intelectual e nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam os efeitos da industrialização e da sociedade sobre a propriedade privada. Karl Marx afirmava que o socialismo seria alcançado através da luta de classes e de uma revolução do proletariado, tornando-se a fase de transição do capitalismo para o comunismo

Partido Comunista

refere-se aos partidos políticos que têm como bandeira a aplicação política, social, cultural e econômica do Comunismo através de um governo comunista. O nome origina-se da obra O Manifesto do Partido Comunista (1848), dos alemães Karl Marx e Friedrich Engels[1]. Ao longo da história, em quase todos os países do mundo, existiram e existem partidos comunistas. A expressão pode se referir a diversos contextos, a diversas linhas ideológicas.

Partido Trabalhista

A designação Partido Trabalhista é utilizada por vários partidos políticos do mundo. Os partidos trabalhistas são em geral de orientação social-democrata, vinculados à II Internacional e historicamente ligados ao movimento sindical