Chega de pacifismo!

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Alternativa Anarquista

Compreender que a política parlamentar, o jogo institucional no interior do Estado, não gera transformações para as classes exploradas, não significa eliminar a possibilidade de gerar uma mudança. Pelo contrário, a política não se resume à lógica parlamentar e eliminar esta via significa, antes, encontrar caminhos reais de luta do povo explorado.
A crise do governo abre este espaço. O espaço de dês legitimação da democracia burguesa, o espaço da percepção de que tudo foi uma ilusão e que agora é preciso centrar-se em um outro caminho.
É chegada a hora da mudança, o circulo esta se a fechar.
Vivemos em um momento de resistência de carácter defensivo, lutas descontínuas e fragmentadas, baixo nível de consciência e organização de base. As entidades de luta social, como os sindicatos, as entidades estudantis, as associações de bairro, se encontram em sua maioria sem capacidade real de mobilização, burocratizadas, hierarquizadas e atreladas ao governo, aos partidos políticos e a políticos oportunistas.
Neste momento, a nossa alternativa é a luta popular, é reconstruir fora das instâncias parlamentares, nos bairros, nas vilas, nas escolas, nos locais de trabalho os movimentos de luta do povo oprimido. Somente movimentos autónomos, horizontais e combativos, firmados na acção directa popular poderão servir como instrumento de transformação profunda da realidade.
É essa a prática política libertária, a prática que não visa o poder do Estado, mas a auto organização do povo explorado, visando gerar uma frente de oprimidos capaz de construir um projecto político popular e fazer frente ao Estado e às classes dominantes.
Falamos de protagonismo da luta popular, esta luta directa em que o trabalhador não depende dos políticos para representá-lo, mas de sua própria organização, mobilização, acção e luta. É este protagonismo que pode gerar uma transformação real nesta sociedade e a construção de um poder popular, um poder não hierárquico, não firmado na representatividade da democracia burguesa, mas um poder que vem de baixo, a partir da federação de cada espaço de organização dos oprimidos, um poder onde os trabalhadores tenham o poder de definir os rumos de nossa própria vida.
A NOSSA SOCIEDADE PRECISA DO ANARQUISMO

A crescente complexidade da sociedade faz o anarquismo mais e não menos relevante para a vida moderna. É precisamente essa complexidade e diversidade, e acima de tudo sua preocupação central pela liberdade e pelos valores humanos, que levaram os pensadores anarquistas a fundamentar suas ideias nos princípios da difusão do poder, autogestão e federalismo.
O grande atributo da sociedade livre é que ela é auto regulada e “traz dentro de si as sementes da sua própria regeneração”. As associações auto governadas serão flexíveis o suficiente para ajustarem suas diferenças, corrigirem-se e aprenderem com seus erros, experimentar novas e criativas formas de vida social e, por meio disso, chegar a uma harmonia verdadeira em um plano humanístico mais alto. Erros e conflitos restritos à alçada limitada de grupos com objectivos especiais podem causar danos limitados.
Porém, as decisões criminais e os erros realizados pelo Estado e outras organizações centralizadas de forma autocrática, que afectam nações inteiras, e até mesmo o mundo todo, podem ter as consequências mais desastrosas.
A sociedade sem ordem, como o significado da palavra “sociedade” é inconcebível. Porém, a organização da ordem não é monopólio exclusivo do Estado. Pois, se a autoridade do Estado é a única garantia da ordem, quem irá vigiar o vigia? O federalismo é também uma forma de ordem que precedeu a autoridade do Estado. Porém, essa é uma ordem que garante a liberdade e a independência de indivíduos e associações que constituem as federações, livre e espontaneamente. O federalismo não é como o Estado, nascido a partir do desejo do poder, mas sim o reconhecimento da inelutável interdependência da humanidade. O federalismo surge dos desejos pela harmonia e solidariedade.

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