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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Anarquismo

Anarquismo

Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes",[1][2] a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura"[3] + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório.[4] De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita [5] e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.
Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.[6] A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.[7] Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem - ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de "anomia".[8]
Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.
Histórico dos movimentos anarquistas
Alguns consideram que temas anarquistas podem ser encontrados em trabalhos dos filósofos taoísta Lao Zi[9] e Chuang-Tzu. O último tem sido traduzido,"Há uma coisa como deixar a humanidade sozinha; nunca houve tal coisa como governar a humanidade [com sucesso]," e "Um pequeno ladrão é colocado na cadeia. Um grande bandido torna-se o governante de uma nação".[10] Diógenes de Sínope e os cínicos, e o seu contemporâneo Zenão de Cítio, o fundador do estoicismo, também introduziram tópicos similares.[9][11]
O anarquismo moderno, contudo veio do pensamento secular ou religioso do Iluminismo, particularmente de argumentos de Jean-Jacques Rousseau para a centralidade moral da liberdade.[12]
William Godwin desenvolveu a primeira expressão do pensamento anarquista moderno.[13] Godwin foi, de acordo com Peter Kropotkin, "o primeiro a formular as concepções políticas e econômicas do anarquismo, mesmo que ele não tenha dado nome às ideias desenvolvidas em seu trabalho",[9] enquanto Godwin ligava suas ideias anarquistas a Edmund Burke.[14] Benjamin Tucker creditava a Josiah Warrenn, um estado-unidense que promovia a ausência do estado ecomunidades voluntárias onde todos os bens e serviços são privados, como sendo "o primeiro homem a expor e formular a doutrina agora conhecida como anarquismo."[15] O primeiro a descrever-se como um anarquista foi Pierre-Joseph Proudhon,[16] um filósofo francês e político, que levou alguns a chamá-lo de fundador da teoria anarquista moderna.[17]
O anarquismo desempenhou papéis significativos nos grandes conflitos da primeira metade do século XX. Durante a Revolução Russa de 1917, Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam derrotadas pelo Estado bolchevique deLênin.
Quinze anos depois, anarquistas organizados em torno de uma confederação anarcossindicalista impedem que um golpe militar fascista seja bem sucedido na Catalunha (Espanha), e são os primeiros a organizar milícias para impedir o avanço destes na consequente Guerra Civil Espanhola. Durante o curso dessa guerra civil, os anarquistas controlaram um grande território que compreendia a Catalunha e Aragão, onde se incluía a região mais industrializada de Espanha, sendo que a maior parte da economia passou a ser autogestionada (autogerida).

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas, e perdeu a influência que tinha no movimento operário dos vários países europeus. Entretanto, continuaria a influenciar revoltas populares que se seguiram na segunda metade do século XX, como o Maio de 68 na França, o movimento anti-Poll tax no Reino Unido e os protestos contra a reunião da OMC em Seattle, nos Estados Unidos.

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